Para o ano que vem, 70% dos gestores esperam manter o modelo atual de trabalho, que pode ser híbrido, presencial ou remoto.
As discussões sobre modelos de trabalho, presencial, híbrido ou remoto, voltaram a ser palco de discussões entre os executivos de recursos humanos (RH) do país, após grandes companhias como Apple, Meta e Google anunciarem a volta ao regime totalmente presencial.
Os gestores esperam que para 2025, 70% manterão o modelo atual de trabalho, seja ele presencial, híbrido ou remoto, segundo pesquisa realizada pela BMI na segunda quinzena de outubro e obtida pelo Valor Econômico.
Entre dados revelados na pesquisa, um fato interessante é que 73% das empresas adotam dois ou três dias de trabalho virtuais, mostrando que, de fato, o modelo híbrido virou “mainstream”, observa o fundador da BMI, Daniel Motta.
Já para o ano que vem, somente 5% dos respondentes afirmam que suas empresas pretendem adotar o trabalho 100% presencial, enquanto nenhum participante pretende intensificar o trabalho remoto, já 26% planejam aumentar a frequência de dias no escritório.
“O que fica claro é que este é ainda um terreno pantanoso. Não é possível ter uma conclusão firme sobre a tendência para 2025”, diz a managing director da BMI, Ana Paula Vitelli.
Desde a pandemia da Covid-19, 34% das empresas mantiveram estável o regime híbrido, enquanto 27% reduziram sua adoção gradualmente e 20% intensificaram o uso da modalidade.
Quando os respondentes da pesquisa foram questionados sobre os maiores ganhos ao adotar o híbrido, 69% disseram que ele aumentou a atração de jovens talentos, 64%, o engajamento das equipes, e 40% disseram que ele reduziu a rotatividade de funcionários.
Além disso, com relação às possíveis perdas associadas ao modelo, 46% dos participantes afirmaram ver uma redução da potência da cultura organizacional e 23%, a diminuição da inovação.
A desconexão com a cultura da empresa, observada pelos executivos no modelo híbrido, segundo os que querem aumentar o modelo presencial, afeta mais os novos funcionários.
Outro ponto é que os jovens enxergam o híbrido como um atributo da marca empregadora, diz Vitelli, porém, para os executivos de RH, ele ainda é um tema complexo, já que muitos gestores não estão preparados para lidar com o formato.
Com relação a análise qualitativa da pesquisa, entre os que enxergam potenciais perdas associadas ao híbrido, aparece a sobrecarga dos líderes, redução da comunicação e agilidade na tomada de decisão.
Por outro lado, entre os que percebem ganhos potenciais do modelo híbrido, existe a percepção de um aumento da performance e, no geral, uma maior satisfação do funcionário.
Os executivos ainda levantam, como justificativa para o modelo de trabalho vigente, híbrido, presencial ou remoto, a predileção por um que ajude na manutenção da flexibilidade da gestão, além de ser adequado ao tipo do trabalho, dependendo da função, ou até que permita a flexibilização com propósito.
Com informações do Valor Econômico
Fonte: Portal Contábeis (Link da matéria original)